segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Obras do autor


Poesia

  • Um pouco acima do chão, 1949
  • A luta corporal, 1954
  • Poemas, 1958
  • João Boa-Morte, cabra marcado para morrer (cordel), 1962
  • Quem matou Aparecida? (cordel), 1962
  • A luta corporal e novos poemas, 1966
  • História de um valente, (cordel; na clandestinidade, como João Salgueiro), 1966
  • Por você por mim, 1968
  • Dentro da noite veloz, 1975
  • Poema sujo, (onde localiza-se a letra de Trenzinho do Caipira) 1976
  • Na vertigem do dia, 1980
  • Crime na flora ou Ordem e progresso, 1986
  • Barulhos, 1987
  • O formigueiro, 1991
  • Muitas vozes, 1999
  • Um gato chamado gatinho, 2005
  • Em Alguma Parte Alguma, 2010

Antologias

  • Antologia poética, 1977
  • Toda poesia, 1980
  • Ferreira Gullar - seleção de Beth Brait, 1981
  • Os melhores poemas de Ferreira Gullar - seleção de Alfredo Bosi, 1983
  • Poemas escolhidos, 1989

Contos e crônicas

  • Gamação, 1996
  • Cidades inventadas, 1997
  • Resmungos, 2007

Teatro

  • Um rubi no umbigo, 1979

Crônicas

  • A estranha vida banal, 1989
  • O menino e o arco-íris, 2001

Memórias

  • Rabo de foguete - Os anos de exílio, 1998

Biografia


Ensaios

  • Teoria do não-objeto, 1959
  • Cultura posta em questão, 1965
  • Vanguarda e subdesenvolvimento, 1969
  • Augusto do Anjos ou Vida e morte nordestina, 1977
  • Tentativa de compreensão: arte concreta, arte neoconcreta - Uma contribuição brasileira, 1977
  • Uma luz no chão, 1978
  • Sobre arte, 1983
  • Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta, 1985
  • Indagações de hoje, 1989
  • Argumentação contra a morte da arte, 1993
  • O Grupo Frente e a reação neoconcreta, 1998
  • Cultura posta em questão/Vanguarda e subdesenvolvimento, 2002
  • Rembrandt, 2002
  • Relâmpagos, 2003

Televisão


 

 

O poeta Ferreira Gullar

   Ferreira Gullar é um poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro. Fez parte do movimento literário neoconcreto, nascido no maranhão no dia 10 de setembro de 1930.
  José Ribamar Ferreira teve uma infância bem conturbada, ate fugiu do colégio por um tempo, mas retorna a outro anos depois.
  Em 1943 começa a se dedicar aos poemas, e logo depois em 1945 acaba tendo seu poema publicado no jornal “o combate”. Em 1948 publicou o seu primeiro livro “um pouco acima do chão” apoiado pelo Centro de Cultura Gonçalves Dias.
  Ferreira Gullar vence o seu primeiro concurso promovido pelo Jornal de Letras com o seu poema O galo. Um tempo se passa e em 1951 ele se muda para o Rio de Janeiro onde começa a trabalhar na redação de uma revista, mas pouco tempo ficou nesse trabalho pois estava com tuberculose e se muda para correias (RJ) onde permanece por três meses.
   Em 1964 é eleito presidente do CPC (Centro Popular de Cultura) e lança mais um livro. Ferreira Gullar fez poemas com criticas sociais como o poema “por você, por mim” que fala sobre a guerra do viatnã.
  Em 2010 Ferreira Gullar ganha o mais importante premio literário, o da Comunidade de Países da língua Portuguesa, no qual acaba ganhando 100 mil euros.

Oh Porto Alegre

O céu azul
As nuvens brancas
A grama verde e suave

Eu a descansar
E os pássaros a cantar

Certo dia estava no Parcão
Tomando chimarrão
Quando percebo como é linda a minha Porto Alegre
Oh querida porto alegre

Aqui cresci
Daqui não quero sair
Terra tão linda
Que me faz tão feliz.


 

                                    Poesia do grupo.

Os mortos


Os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos

eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias

Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça.


                                              Ferreira Gullar.

Aprendizado


Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.
 

                                  Ferreira Gullar.

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

                                

                         Ferreira Gullar.